Retrato da Michele Rodrigues

Nome: Michele Rodrigues dos Santos

Negócio: Guloseimas da Michele

Área de Negócio: Gastronomia

Município: Rio de Janeiro

Contato: (21) 97632-0358

 

Sou Michele Rodrigues dos Santos, casada com João, mãe de Luzia e de Joana, e tenho 34 anos. Moramos na comunidade Pau da Bandeira no Complexo do Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Trabalhei no shopping Boulevard desde os 14 anos de idade como vendedora, balconista e caixa de loja. Na cozinha, comecei com os “Salgados da Michele” e agora sou “Guloseimas da Michele”.

Quando me casei, não sabia cozinhar e jamais me imaginei como empreendedora na área da cozinha, “tão encantada pelo que faço!” Tudo começou em 2013, quando Michele, prima de João, me pediu para preparar seu casamento, uma festa simples, em que eu usaria o meu jeito para decoração. Pesquisei todos os detalhes e aí minha prima Marina me sugeriu um curso de salgadinhos. “Conheço um lugar onde tem cursos bons e baratos”.

Fiquei em dúvida, “teria ânimo para tal?” Minha amiga Lene se estressou e, para me animar, foi fazer o curso comigo. No final, postamos fotos e fiz salgadinhos para a família. “Senhor, que coisa chata! Como as pessoas conseguem fazer salgadinhos em grandes quantidades?”

Logo em seguida, fiz salgados para o chá de panela de Michele e, no shopping, começaram a fazer pedidos. Coitados! A primeira experiência foi terrível, eram uns maiores que os outros! Mas elogiavam a massa e me davam dicas: “Michele faz assim para os salgadinhos ficarem padronizados”. Então comprei o rolo para abrir a massa e o cortador para regular o tamanho, mas não queria ir adiante.

Foi quando tive um sério problema de vista e caí em depressão. Com as encomendas, percebi que os salgadinhos me faziam esquecer as dores, e meus amigos contavam com eles para o lanche. Aí, como se diz, “bombei”, ficava noites enrolando salgados, me via feliz e agradecia a Deus por estar no caminho certo.

Mais adiante, me pediram bolos, pensei na massa pronta, mas “como Michele ia vender um bolo de massa pronta?” Peguei carona com minha comadre num curso online, aprendi e comecei a fazer os bolos. E o amor só aumentava, digo que “não fui eu que escolhi empreender, e sim, as guloseimas me escolheram”.

Em 2015, decidi sair do shopping “e viver do meu amor”. Vendia lanches de 2ª a sábado, às vezes até domingo, para clientes que fidelizei. Tinha uma boa renda, mas com a pandemia, tudo mudou, muitas lojas fecharam e muitos dos meus clientes foram demitidos. Minha fonte de renda tem sido o auxílio emergencial.

Em 2020, minha amiga Ana Cláudia me indicou a Asplande. No Projeto Sabores do Rio, sinto que “vou conseguir colocar meu conhecimento em prática, tirar meus sonhos do papel, ajudar a quem precisa e entender que não estou num barco sozinha e posso confiar no que faço é na mulher que sou!”

 

Por Adelina Araujo, voluntária da Asplande