Retrato da Eliane Oliveira

Nome: Eliane Oliveira de Almeida

Negócio: Quitutes da Lili

Área de Negócio: Gastronomia

Contato: (21) 99262-3892

Intagram: https://www.instagram.com/quitutes_da_lili/

 

A conexão com a profissão é um bem que Dona Eliane, a proprietária do “Quitutes da Lili”, valoriza da cabeça aos pés. Para ela, sua vida de cozinheira é até mesmo uma questão de alma e o gosto pela cozinha sempre esteve intrínseco em suas mãos. “Acho que na vida passada, eu fui cozinheira.”, diz ela. Hoje, com 65 anos de idade, ela continua buscando meios de aprimoramento para seu negócio e está sempre disposta a passar por quantas metamorfoses forem necessárias, pois no final, ela sabe que irá voar bem alto como uma borboleta.

Sua história é repleta de surpresas e do carinho de sua filha, a qual lhe incentivou a começar um empreendimento próprio quando o ambiente em que Dona Eliane trabalhava, uma casa de shows chamada “Canecão”, fechou. Nesse período, Dona Eliane se sentiu perdida. Sem ter certificado no ramo gastronômico e tendo que manter a gestão de renda de sua casa, ela escutou o conselho de sua filha em começar a comercializar seus dotes culinários com a experiência que tinha adquirido em seus anos trabalhando no “Canecão.” Doces, brigadeiros gourmet, bolos caseiros e decorados foram o cardápio do início, mas hoje já se estende para pratos mais saudáveis, ceias de natais e panetones decorados. Tudo sendo feito com muito carinho e garantindo o sabor que faz o cliente retornar ao que seria o “Quitutes da Lili”.

No início, tudo foi saindo como planejado. A demanda era variada, Dona Eliane atendia festas de aniversários, se preparava para dias comemorativos e a “propaganda boca-a-boca”, como ela mesma diz, a ajudou muito no impulso para seu começo. Um de seus maiores compromissos como empreendedora, além de amar a culinária, é estar atenta às novidades e nunca abrir mão dos produtos de melhor qualidade. “Comecei a ter encomenda para escola, para as pessoas presentearem e senti necessidade de pesquisar coisas mais novas, porque gastronomia é isso: buscar sempre estar atualizada.” Ela também compartilhou que logo começou um curso na Gastromotiva para empreendedoras culinárias aprenderem sobre o aproveitamento total do alimento em seus negócios e, com a indicação de uma amiga do curso, conheceu o universo florido da Asplande.

Na Ong, a trajetória de Dona Eliane tem sido muito proveitosa. Ela compartilha que os aprendizados são muito eficazes e que sua dificuldade em precificar seus produtos vem sendo um desafio cada vez menor, por mais que ainda haja dificuldades. “A Asplande foi um achado maravilhoso. Porque eu não sei fazer preço. Sabe aquela pessoa que sabe fazer as coisas mas não sabe precificar? ‘Tô aprendendo muito ainda, seu Paulo tem uma paciência danada comigo!”, diz ela. Além disso, o fato de que todas as participantes da Asplande estão no “mesmo barco”, como expressado por Dona Eliane, ajuda ela a se identificar com os propósitos de outras empreendedoras, as quais também buscam as mesmas estratégias de venda e aprimoramento que ela. “São coisas que eu não tenho noção e se fosse fazer um curso ou pegar uma equipe para ensinar e ver como eu melhoro nas redes sociais, de como deve tirar foto dos alimentos, seria inviável financeiramente… e isso a Asplande nos traz.” Ela também cita a palestra desenvolvida pela Asplande junto da chefe de cozinha Roberta Sudbrack como um encontro de inspiração e identificação: “Ela contando um pouco da história dela, nossa, é muito a história da gente. Então, para mim, está sendo maravilhoso.”

Mas antes de montar seu empreendimento, há uma longa história por trás e sua jornada passa por muitas reviravoltas e momentos em que Dona Eliane teve de encarar com naturalidade, mesmo que não soubesse o exato chão em que estava pisando. Ela conta que sempre trabalhou em áreas administrativas, como recepcionista e secretária, quando mais nova e em um desses momentos, trabalhando em um Hotel, seus olhos brilhavam quando tinha contato com o setor da cozinha, a deixando eufórica para trabalhar junto da rapidez e agilidade dos outros cozinheiros. “Eu entrava nas cozinhas e ficava encantada de ver aqueles chefes.” Além disso, a organização de ceias e das festas de aniversário de sua filha, eram todas feitas por ela também, recebendo comentários positivos sobre suas produções culinárias nos eventos de família, a deixando ainda mais entusiasmada em trabalhar nessa área. Até que esse dia chegou! Segundo ela, sua experiência no “Canecão” que lhe trouxe um novo mundo. Começando a trabalhar como fiscal de copas e depois atendendo serviços extras na cozinha quando aconteciam eventos grandes no local, a chefe do “Canecão” foi se maravilhando com o trabalho e desempenho de Dona Eliane. E como nada é por acaso, quando a chefe teve de se afastar por um problema de saúde, Dona Eliane quem ficou no comando da cozinha. Mesmo assustada com a notícia e enfatizando para seus colegas que lhe faltava embasamento teórico no ramo culinário, ela fez a oportunidade valer a pena: estudou e se manteve atualizada sobre as novidades gastronômicas que estavam sempre presentes nos pedidos dos clientes. “Quando a dona do buffet me apresentou o cardápio de jantar da Unimed, eu quase caí dura para trás! Era bobó de camarão servido nas tarteletes, canapés...”. Mesmo com as incertezas de saber realizar os pratos mais sofisticados, Dona Eliane ouviu seu coração lhe chamar para esse desafio e foi engessando sua experiência como cozinheira e explorando ainda mais seu talento com os alimentos.

Sobre o período de pandemia, Dona Eliane afirma que foi um tempo de adaptação muito grande. O jardim florido que a cozinheira plantou com muito carinho ao longo da vida, passou por uma fase em que a regação diária teve de ser intensificada. Mas nem isso se tornou um motivo para ela parar. “Próximo aos dias das mãe, tinha bastante encomenda, mas tiveram muitos cancelamentos. De dez, apenas duas permaneceram. Também perguntavam se entregavam. Fora o dia das mãe, tinha aniversários que também foram cancelados. Fiquei apavorada!”. Para reverter a situação, Dona Eliane procurou atender apenas comemorações de famílias pequenas, bem reduzidas das anteriores, e se dispôs a fazer a entrega para seus clientes até que o ano encerrasse. No momento atual, ela diz que a dificuldade ainda permanece, visto que a pandemia ainda está presente, porém houve certa melhora. “Sim, deu uma melhorada. Mas mesmo assim ainda ‘tá difícil, porque os insumos aumentaram muito e o cliente reclama. Paga, mas pede desconto.

Dona Eliane considera que sua maior inspiração para seu empreendimento é seu amor por cozinhar, de exercer uma função que toca seu coração e que lhe preenche de felicidade. Ela demonstra o quanto a prática é importante, se adaptando conforme a vida lhe destinou a cozinha como seu dia a dia e nunca esquece o que realmente lhe agrada na culinária: comidas simples, aquelas que, segundo ela, “remetem lembrança, infância” e serão sempre suas preferidas.

Dona Eliane hoje domina seu empreendimento, porém seu processo de evolução é contínuo, sempre havendo casulos para ela poder se desvencilhar. Milhares de borboletinhas vivem em Dona Eliane e junto da Asplande, ela está conseguindo descobrir novas delas. “Queria deixar registrado pra mim a importância da Asplande. Eles têm uma parceria com a Gastromotiva que me mostrou novos horizontes. Espero estar terminando esta turma e quando abrir de novo, espero conseguir entrar. O aprendizado é muito bom, a experiência de cada uma das alunas é muito boa.”

 

Por Moara Guimarães Flausino, voluntária da Asplande