Instituto Phi e Asplande: doadores de esperança e incentivadores da solidariedade

Colaborar e impulsionar o novo é um dos lemas que cobrem o manto da Asplande e, pela primeira vez, a Ong, que preza também pela conexão em rede com suas empreendedoras, estendeu seu programa para uma ação solidária junto ao Instituo Phi, uma instituição de assessoria a projetos sociais. E essa colaboração de Instituições, uma espécie de cross-over entre super-heróis, foi possível graças ao período pandêmico que o mundo se encontra. Recentemente, foram doadas 100 cestas básicas para empreendedoras da Asplande que abrangem as áreas metropolitana, da zona oeste e da baixada do Rio de Janeiro, e já há previsões para a doação de mais 40 cestas neste mês de julho.

O projeto aconteceu com uma iniciativa da Asplande em levantar dados sobre a realidade de suas participantes. Através de um formulário do Google Forms, a Ong ficou ciente de que algumas de suas empreendedoras estavam passando por um momento difícil financeiramente, chegando ao ponto de lhe faltar um alimento em casa. Com isso, Dayse Valença, a Secretária Executiva da Asplande, entrou em contato com a Luiza Serpa, a Diretora do Instituto Phi, para que discutissem a possibilidade de serem doadas cestas básicas para suprir um pouco do sofrimento que essas famílias estavam passando. Como a boa vontade sempre prevalece, o Instituto Phi honrou seu lema filantrópico de “amor à humanidade” e beneficiou a Asplande com a doação das cestas.

Para a distribuição desses mantimentos, a Rede Asplande entrou em ação! Dona Maria Regina, voluntária na Asplande e coordenadora do programa “Raízes do Rio”, coordenou esse projeto, controlando e acompanhando as distribuições das cestas, seja por meio de fotos, de chamadas de vídeo ou de assinaturas de recebimento. Já Dona Edna, artesã da marca “Feito por nós”, junto de Maria Elizabeth, cozinheira na panificadora artesanal “Denguinhos de vó”, receberam uma porção de cestas em suas casas para que distribuíssem em suas respectivas regiões: zona oeste e a baixada do Rio. Para cada uma delas, a experiência de doar as cestas e trabalhar em rede teve um significado especial, porém os laços são banhados sempre com o mesmo valor: gratidão e orgulho de pertencimento.

Em uma conversa particular com Maria Regina, ela compartilha que participar do projeto lhe trouxe lembranças de suas próprias vivências e isso a fez valorizar ainda mais sua ação voluntária e as mulheres com quem colabora. “Eu valorizo muito essas mulheres porque eu passei por essa situação. A autoestima da gente fica em alta quando a gente tem um apoio de uma rede. Quando você não tem esse apoio, você fica um pouco perdida e sua autoestima vai lá embaixo! Porque você não é olhada. As pessoas não olham para você com um olhar de ‘mulher guerreira’, ‘aprecio o que ela faz’.” Além da identificação, Regina também expressa sua satisfação em contribuir para que as pessoas se alimentem, pois, segundo ela, quem tem fome, tem pressa: “Cada uma que pega essas cestas, eu me sinto tão bem, tão aliviada! Ver que mais famílias vão ter algum alimento em suas mesas. Depois disso, eu me alimento melhor porque eu sei que 100 pessoas estão sendo alimentadas nesse momento.” E claro que, como mulher, ela se identificou muito com a ocasião e compartilhou que devemos sempre apreciar as mulheres em nossa volta, deixar o olhar de pena de lado e praticar o olhar solidário, de amor ao próximo, algo que, como Regina disse, a humanidade esquece muito. “A gente sempre trabalha em rede e rede é isso: um de mão dada com o outro, ajudando o outro. Tenho 71 anos e me sinto viva! Me sinto viva como uma jovem de 19, 20 anos. Não vou desistir nunca! Eu gosto de ajudar, gosto de colaborar e de estar lutando por todas as mulheres que precisam e que vão ter a vitória no final.

Para Dona Edna, a voluntária que distribuiu as cestas na zona oeste, o projeto lhe atiçou um sentimento de muito orgulho! Com sua simpatia e disposição aguçados, ela conta que ama ajudar o próximo e o convite foi aceito sem ao menos hesitar. “Olha, para falar a verdade, eu sou suspeita para falar. Eu amo ajudar, me colocar no lugar do outro para entender o que passa, o que precisa. Quando Regina me perguntou, eu aceitei na hora! Foi muito gratificante ver cada uma delas vim pegar, contar histórias de luta e como foi ter essa ajuda. Gratidão mesmo!”. Para ela, as oportunidades são bençãos e o dever cumprido é uma das sensações que lhe enchem por dentro. “Me senti orgulhosa de mim mesma de ceder o espaço na minha casa e meu tempo para ajudar. Estou feliz em ter ajudado a ajudar alguém. A Asplande é maravilhosa! Estou de portas abertas. Sempre!”

E, por último, para a Maria Elizabeth, mais conhecida como Beth, a doação foi além do alimento, tendo também um símbolo de humanidade e solidariedade. Ela conta que praticar a doação de marmitas para pessoas de rua e também compartilhar suas ceias já eram práticas bem atuadas por ela. “Alguém pedindo alimento, é muito forte”, diz ela, expressando o quanto essa realidade longe, porém muito próxima, a comove por inteiro. Beth, então, abraçou de corpo todo a causa da Asplande e distribuiu as cestas a mais que recebeu na região da baixada, doando não só a caixa com mantimentos, mas também doando seu tempo e sua presença, seu coração e sua escuta para cada uma das empreendedoras que aceitaram a ajuda. “Sempre gostei de ajudar o próximo, de compartilhar um pouquinho de palavra, de um abraço, sentir a presença da pessoa verdadeiramente. Se cada um pudesse tirar um tempinho do seu tempo, seja para escutar, dar uma palavra de conforto, até mesmo contribuir com um alimento, teria uma experiência maravilhosa. Gosto muito da palavra e pratico a SOLIDARIEDADE. Talvez o mundo ficaria um pouco melhor.”, diz Beth.

Todas elas – Maria Regina, Dayse Valença, Luiza Serpa, Dona Edna e Maria Elizabeth -, formam apenas uma das múltiplas pontas que a Rede Asplande vem criando em seus anos de atuação. Também participaram ativamente das doações nomes como: Cyntia Matos, da “Casa Cuidado”, Paulo Borges, da “Asplande” e a artesã Belizia Pantoja. Esse projeto em específico se tornou um grande aprendizado para a Ong Asplande, explorando novos meios de contato e de colaboração para/com suas empreendedoras. Como sempre, atuar em conjunto, crescer ao lado e ser e estar no coletivo, sempre permanecerão como os grandes princípios da Asplande. Andar de mãos dadas requer apenas uma condição: que as duas mãos estejam estendidas. E é isso que permite a Asplande e o Instituto Phi serem inspirações heroicas, mostrando o superpoder de cada pessoa através de suas iniciativas sociais.

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Escrito por Moara Guimarães Flausino, estudante de Letras na UNIP e voluntária na Asplande