Retrato da Germana de Souza

Nome: Germana de Souza Alves Fonseca de Paula

Negócio: Ateliê de bonecas

Área de Negócio: Artesanato

Bairro/Município: Vila da Penha – RJ

Contato: (21) 98736-1518

 

A arte de costura nunca vai sair das nossas vidas, mesmo com o avanço da tecnologia no sentido de reproduzir o trabalho manual, pois a alma do artesão e o carinho presente na sua arte são ingredientes que fazem diferença. E a boneca de pano ainda representa a amiga sonhada por muitas crianças para compartilhar suas brincadeiras. Por isso, a confecção de bonecas de pano é uma ótima alternativa como produto do artesanato. Germana de Souza Alves Fonseca de Paula, a Ge, solteira e sem filhos, mora com a mãe e o irmão na Vila da Penha e é uma artesã dedicada às bonecas de pano.

Germana se cadastrou como MEI em 2009, pois sempre pensou em empreender no artesanato, mas acreditava que sem um trabalho de carteira assinada ela não sobreviveria. Se formou como Técnica em Processamento de Dados e Assistente Social e trabalhou em concessionárias da Nissan e da Renault, por 4 anos. Foi um período de estresse e quase teve uma estafa por sobrecarga de trabalho, até que, em 2018, decidiu não ser mais empregada. “Resolvi trabalhar pra mim!Aos 39 anos, era hora de empreender!

Como sempre amou o artesanato e conhecia várias técnicas, Ge saiu em busca do seu nicho de mercado. Começou a estudar pelo YouTube, trabalhou com a costura criativa: nécessaires, porta cartões, etc. Em janeiro de 2019, conheceu o Atelier Coração de Pano, de Dayanna e Alain Carlson, e o Magia de Pano, de Drica Schutz. Foi sua grande virada!

As aulas no Youtube e no Facebook foram a resposta e inspiração para o desenho do Ateliê da Ge. Ela identificou que seu nicho seria “bonecas de pano negras que dão representatividade aos negros!”, pois a ausência de bonecas negras bonitas no mercado a incomodava muito. Hoje ela representa também autistas, deficientes físicos e “gordinhos”, fazendo chegar a pessoas de todas as classes sociais, bonecas e bonecos cheios de afeto e representatividade. O Ateliê resgatou seu sonho de ser empreendedora e é hoje sua única fonte de renda. Trabalha sozinha “Somos todos os setores da empresa, de sócio diretor a office boy”.

Nesta época de pandemia, em que o negócio tem que ser reinventado a cada dia, fazer com que ele “cresça e sustente as nossas despesas, necessidades e sonhos” se torna mais desafiador.  A divulgação das bonecas é feita por meio dos clientes, no famoso boca-a-boca, e nas mídias sociais, Facebook e Instagram. As vendas acontecem principalmente via Whatsapp.

Germana conheceu a Asplande por intermédio de Reinildes, e logo na sua primeira reunião na Rede de Mulheres Empreendedoras da Baixada já se inseriu no projeto Raízes do Rio. Com a mentoria de Paulinho, os cursos e palestras do Sebrae, do Grupo Mulheres do Brasil e da Asplande, ela passou a entender melhor o seu negócio e a enxergá-lo como um negócio de impacto social pela representatividade das bonecas negras. Ge participou de feiras como a Ecosol de Belford Roxo e recebeu apoio do Capital Semente do Fundo Solidário Alemanha Brasil, pelo qual é muito grata. Hoje tem participação ativa nas reuniões e treinamentos virtuais, que a ajudam muito como ser humano e como empreendedora.

Ge diz “a Asplande me transformou por dentro e por fora, pois as histórias de cada mulher me fazem despertar para a minha capacidade. Vi que todas nós somos capazes de mudar o mundo ao nosso redor! Basta querer e cooperar umas com as outras!

 

Por Adelina de Araújo