Embaixadora Flávia Fontes

Embaixadora Flávia Fontes 

Negócio: Flávia Fontes MANUALIDADES

Área do negócio: Embaixadora dos Direitos da Mulher

Local: Vila Leopoldina/Duque de Caxias

Telefone: 021 97576-9567

Facebook: Flavia.fontes@ymail.com

Instagram: @flaviafontesmanualidades

Email: flavia-fontes@live.com

 

Flávia Fontes conheceu o “Basta à violência doméstica” na Asplande, instituição em que muito se fala da mulher para a mulher e onde este tema ecoa forte. Quando viu a chamada para o curso, Flávia não deu muita importância, pois se considerava bem informada sobre o tema, mas, incentivada por uma amiga, decidiu se inscrever. Trazemos aqui o seu depoimento:

Diretamente nunca sofri violência, mas na época da separação de meus pais, me lembro de cenas de agressão verbal, mas minha mãe, uma pessoa firme, enfrentava a situação e não permitia que a violência física se concretizasse. Atualmente, o que mais vejo no meu entorno é a violência verbal, conflitos pai-filha, que levam à construção de pessoas problemáticas, cheias de ressentimento. 

E na situação política atual, entramos num turbilhão de violência contra a mulher, num retrocesso em relação à conquista de alguns direitos, de um pouco de liberdade. Voltamos a ver cotidianamente notícias de mulheres assassinadas pelos maridos. “Por quê? Porque sim, porque o cara quer, porque ele acha que é dono”. Essas ocorrências não estão próximas de mim, mas estão comigo, porque são mulheres, porque sou eu também. 

No projeto “Basta à violência doméstica”, as aulas me atualizaram em relação ao que eu já sabia e os relatos e discussões me fizeram entender que existe muito mais do que se imagina dentro de uma situação abusiva. “Uma mulher ou uma criança não apanha porque quer”. 

O curso mudou meu olhar sobre algumas questões. Passei a entender melhor que uma mulher agredida não é apenas uma pessoa que aceitou a agressão. Muitas vezes ela se culpa, porque gosta do marido, e a situação dela com ela mesma é terrível. Hoje eu entendo a delicadeza da situação, muito mais do que antes. O julgamento não cabe a quem está de fora. 

Outro ganho foi ver que muitas mulheres não sabem discernir o que é certo na relação homem-mulher, acham que atitudes agressivas são naturais. A formação me conscientizou de que minha educação fez com que eu tivesse a postura que tenho hoje e me encorajou a passar o que sei a outras mulheres, a dizer: “A realidade é essa. O que ele está falando não está certo”. 

Por exemplo, tenho uma amiga, cujo marido a agride verbalmente, faz aquela pressão psicológica e tenta afastá-la da família. Eu já a apoiava antes da formação, mas, com o que aprendi, passei a orientá-la de uma forma mais embasada: “Isso não pode, isso é violência. Sua família sempre foi o seu apoio”, eu digo a ela, porque sei que enquanto ela estiver próxima da família, ele ficará inibido para colocá-la pra baixo. 

O projeto me colocou na posição de agente ativo, Embaixadora dos Direitos da Mulher. Sempre que tenho oportunidade, converso com as mulheres sobre isso e, quando vejo uma mulher numa situação complicada, procuro mostrar o que ela não pode aceitar, porque é violência, porque ela merece mais do que isso. 

 

Escrito por Flávia Fontes, empreendedora da Rede de Mulheres, e Adelina Araújo, voluntária da Asplande