Empreendedorismo feminino na pandemia

Superar desafios ainda é uma vivência diária para as empreendedoras que tiveram que reinventar e recriar seus meios de vender e divulgar suas marcas no período da pandemia. Ao aterrissar de paraquedas no solo empreendedor, os novos tempos impulsionaram aprendizados e mudanças, exigindo ao máximo a resiliência e a criatividade de muitas empreendedoras brasileiras, que já chegam a mais de 30 milhões, segundo o “Monitoramento de Empreendedorismo Global” (GEM), e aumentaram cerca de 40% nos últimos dois anos.

Nesse contexto de ampla adaptação, a Asplande surge como uma rede de suporte e acolhimento para empreendedoras periféricas do Rio de Janeiro. Seja incentivando negócios colaborativos ou oferecendo cursos de formação online, a Ong vem acumulando marcas desenhadas com amor e propósito nos membros de sua Rede, reconhecendo a individualidade que ser mãe, mulher e chefe de família abrigam solo ou em conjunto em muitas delas.  “Não é fácil, nós mulheres temos que nos dividir em 1000 e ainda assim muitas vezes falta tempo para alguma coisa. Mas percebo que com a pandemia muitas mulheres descobriram um potencial que nem se davam conta que tinham.”, relata Alexsandra Souza, dona do “Top Fit Saudáveis” e membro da Rede Asplande.

Tornando-se um momento de respiro, de reflexão e de estudo para novas responsabilidades, como as das redes sociais, Ana dos Santos, empreendedora social do “Social Visão do Bem”, aponta a pandemia como um período em que “tivemos que nos reinventar para continuarmos no ‘jogo’.”. Ela acredita que ser empreendedor move muito mais do que economia, sendo uma forma intencional de gerar transformações no mundo, e reforça a Asplande como uma base protetiva e efetiva de conhecimento. Esclarecer dúvidas, formar novos pensamentos e possibilitar estudos através da rede networking são pontos chave para ela. Em complemento a Ana, Alexsandra frisa a Asplande como uma espécie de escola, que completa peças do seu quebra-cabeça de empreendedora que até então não estavam visíveis em sua mão, como a valorização e a transparência com seu trabalho.

Sabendo que contra as super-heroínas que vestem capas de empresárias há antagonistas de sobra e que o COVID-19 se tornou um coadjuvante intenso nesse cenário, a Asplande visa conectar de forma orgânica e empoderada cada empreendedora com seu respectivo negócio, abordando temas como marketing, sustentabilidade e autoestima. Assim, gerando impactos que visam formar e auxiliar a visão de mercado das empreendedoras cariocas, a Ong serve como base de oxigenação para suas mulheres, transformando relações sociais ao construir um palco onde todas andam lado a lado, de mãos dadas e cabeças erguidas.

 

Por Moara Guimarães Flausino, estudante de Letras e voluntária na Asplande