Retrato da Camilli Borges

Nome: Camilli Borges

Negócio: Camilli Doces

Área do Negócio: Gastronomia

Município: Niterói – RJ

Contato: (21) 99399-6215

 

Decidida, independente e muito preocupada com seu futuro, Camilli Borges da Conceição, de 18 anos, não tinha muitas opções de trabalho pois estudava em uma escola com carga horária integral. Além das incontáveis tarefas e trabalhos, especialmente no último ano do ensino médio, o qual cursou em 2020, a jovem se viu diante de um desafio: como poderia conseguir algum dinheiro extra?

Em casa, Camilli cresceu vendo e ajudando sua mãe, Elizabethe, a cozinhar e vender comida para fora, as famosas “quentinhas”, tão populares no Rio de Janeiro, estado onde ela mora com a família. Como o negócio sempre deu certo, a jovem se inspirou em dona Elizabethe e começou as vendas na escola. A princípio, ela levava junto a seus cadernos e livros, somente os brigadeiros. Afinal, não tinha certeza quanto ao sucesso do seu projeto.

Mas para sua alegria, ao longo do tempo e com o apoio de amigos e professores, Camilli, sempre nos intervalos entre as aulas, conquistou uma certa clientela. No entanto, no início de 2020, ela e o mundo inteiro foram surpreendidos pela pandemia da Covid-19. Aulas suspensas, decretos rígidos de isolamento social… O que ela poderia fazer para continuar ganhando seu dinheiro?

Foi em meio ao caos que a empresa Camilli Doces surgiu. Quando uma amiga da família estava à procura de alguém para fazer os doces do seu casamento, a jovem prontamente se dispôs e, assim, percebeu o quanto gostava de seu trabalho. Com isso, unindo o útil ao agradável, não perdeu tempo: no dia seguinte já pensou em um nome para sua empresa, criou a logomarca e abriu a conta no Instagram, sua principal vitrine de vendas.

Entretanto, Camilli relata que só soube transformar sua ideia em negócio por já ter participado do curso de Formação de Empreendedoras, disponibilizado pela instituição Asplande. “Sempre fui muito decidida, adepta ao ‘melhor feito do que perfeito’, mas hoje em dia você precisa ter conhecimento em mídias sociais, em como gerir uma empresa e como criar sua marca e identidade visual. Por isso, o curso da Asplande tem sido tão importante pra mim”, diz.

A jovem conheceu a instituição por acaso, através de uma amiga. Mesmo assim, percebeu logo de início o empenho e a dedicação presentes entre as pessoas que participam do projeto, fundado em 1992. “Fico encantada e admirada com a Asplande. É um projeto gratuito que tem muitos voluntários e muita gente empenhada para fazer dar certo… os cursos abrangem assuntos que nunca me imaginei estudando”, conta. “Eu aprendo e gosto muito dos cursos, porque abrem a minha mente e me fazem entender a minha empresa como realmente profissional”.

Camilli conta que, quando criança, passava bastante tempo ajudando uma amiga da sua família a preparar doces para vender. “Ela me pedia ajuda sempre que tinha uma grande encomenda, então eu já tinha uma certa experiência com isso”, diz. E com a ideia inicial de vender doces avulsos, se lançou como empresária, pois percebeu que muitas pessoas gostam de saborear um “docinho” depois do almoço ou no final do expediente, mas às vezes só encontram para vender em grandes quantidades.

Então, com este diferencial investiu em pequenas caixas com brigadeiros e beijinhos, além das palhas italianas, trufas e bolos. Camilli se define metódica e detalhista, por isso prefere fazer tudo sozinha, mesmo tendo que dividir uma “cozinha minúscula” com sua mãe, como ela mesma diz. Os chamados “kits festa” ou “festa na caixa” são um sucesso na Camilli Doces, vendidos principalmente para mulheres que querem presentear alguém.

“A cada caixinha ou doce decorado que faço, eu fico namorando, apaixonada pelo meu trabalho. Adoro decorar, fazer cartinha à mão para os clientes, fazer lacinhos perfeitos, tirar foto dos doces… Sou bem detalhista, então isso me deixa muito feliz”, compartilha. Para a doceira, a parte mais gratificante do trabalho são os feedbacks dos clientes, pois é nesse momento que percebe que está no caminho certo e que vale a pena todo o esforço.

Aos 18 anos de idade, considera que ter sua empresa foi um marco para seu empoderamento e se sente dona da sua própria vida. “Foi com a Camilli Doces que eu percebi que sou capaz, que posso fazer o que eu quiser”, revela. É com esse sentimento que a jovem encoraja mulheres de todas as idades a terem suas próprias empresas ou, para mais do que isso, fazerem o que têm vontade. Afinal, para ela, “com esforço, dedicação e amor pelo que faz, as coisas dão certo sim!”.

 

Por Gabriela Loures, jornalista e voluntária na Asplande