Retrato de Ana Beatriz de Abreu
Nome: Ana Beatriz Andrade de Abreu
Área de negócio: Raízes do Rio – Artesanato
Empreendimento: MaMa PiMienta
Bairro: Vila Norma, São João de Meriti
Contato: (21) 97612-8474
Facebook/Instagram: MaMa Pimienta
Falar de Ana Beatriz Andrade de Abreu é falar da arte de criar lindas peças artesanais e de uma pessoa que assume seu papel de cidadã, atuando na defesa dos direitos das pessoas negras.
Ana Beatriz, tem 35 anos, é casada, mãe de 3 filhos, e iniciou seu negócio quando, em 2018, após uma crise psicológica de sua filha, se encontrou sem um emprego formal. Em 2016, após um curso de corte e costura no SENAI, ela ganhou do marido uma máquina de costura e começou a confeccionar bolsas e peças utilitárias em geral, com originalidade e bom gosto. Em 2018, encontrou uma amiga, que estava vivendo um momento difícil, e resolveram trabalhar em sociedade.
Assim nasceu a MaMa PiMienta, que não deu certo como sociedade, mas seguiu com a clientela já conquistada. Sua experiência anterior na área de compras de um Ateliê de noivas, onde conheceu os mecanismos de negociação e compra de tecidos e insumos para costura, facilitou o crescimento da MaMa.
Em 2019, Ana conheceu Regina, que a apresentou à Economia Solidária e à Asplande, onde ela teve mentorias para suprir suas demandas, além de acompanhar diversos cursos. “Participar de uma rede me fez abrir a mente para outros horizontes. Saí da caixinha, consegui me enxergar como Empreendedora, e aprendi a precificar e valorizar o meu trabalho”, diz Ana Beatriz.
Atualmente, Ana produz embalagens estilizadas, almofadas, peças para a cozinha, kits de festas e vestidos, além de fazer bordados e pinturas à mão. Mesmo durante a pandemia, suas vendas cresceram porque as pessoas, trabalhando em casa, sentiram a necessidade de coisas úteis e bonitas das quais não sentiam falta antes. Ela aproveitou a crise como oportunidade de negócio.
Atualmente, Ana divide seu tempo entre o Ateliê da MaMa PiMienta, que funciona em sua casa, e o Ateliê de Noivas do Shopping Via Brasil, onde atua como consultora de estilo. No ateliê, “eu mesma fabrico minhas peças, faço molde, compras, confecção, venda e entrega, vendo minhas peças através da Internet, faço tudo sozinha”, ela diz.
Outra habilidade de Ana é confeccionar o Japamala, um tipo de rosário composto por 108 contas, usado para ajudar o praticante de meditação a elevar a consciência espiritual e acalmar a mente. Como cigana, Ana pratica a meditação, e o Japamala é uma antiga ferramenta do hinduísmo usada pelos ciganos em suas orações.
Finalmente, Ana é uma ativista da consciência negra, e posta frequentemente no seu Instagram mensagens ligadas a questões de raça, discriminação e fatos importantes para o povo negro. Ela adotou esta missão por entender que sua mãe, negra, sempre carregou o peso da discriminação racial. De alguma forma, Ana dá voz à sua mãe.
Como mensagem final, Ana diz que “O melhor da vida é se entregar hoje, mas entregar nem sempre é ser o melhor, muitas vezes a busca pelo ser atrapalha a entrega…”
Escrito por: Adelina Araújo, voluntária da Asplande