Retrato de Rosângela Cruz

Nome: Rosângela Cruz da Cunha

Nome do negócio: Casa de Sinhá

Área do negócio: Raízes do Rio – Crochê

Telefone: (21) 98601-1141

Bairro: Campo Grande

 

Para Rosângela Cruz da Cunha, 68 anos, 2 filhos, a aposentadoria foi a oportunidade para montar um negócio próprio e se realizar como pessoa. Ela foi professora no ensino fundamental e na educação infantil até cerca de 12 anos atrás, quando se aposentou, mas ainda se sentia muito ativa. Como gostava de fazer crochê, resolveu ser artesã, aproveitando sua disposição para complementar sua renda e realizar um sonho antigo. 

Rosângela aprendeu o crochê com sua avó aos 9 anos de idade. “Eu era muito curiosa e adorava ver minha avó crochetar, fazendo peças incríveis. Ficava encantada por saber que aquele resultado vinha de suas mãozinhas maravilhosas”, ela diz. Rosângela ainda tem a primeira peça que produziu, muito colorida, pois ela se identificou com as cores do crochê.

Ao longo de sua vida, Rosângela fez cursos, interagiu com pessoas, comprou revistas, copiou modelos e criou peças. Hoje o youtube é uma mão na roda, onde aprende e se inspira para novas criações. Ela tem o crochê também como terapia. “Quando me sinto pra baixo, pego a agulha, trabalho e até me espanto com o resultado e digo: Meu Deus! Como eu consegui fazer uma coisa tão bonita?” É o colorido do crochê que faz bem à sua alma, a alegra e conforta.

O caminho de Rosângela até a Economia Solidária foi traçado com a ajuda de Tânia, uma amiga da igreja católica, que fazia parte da Pastoral do Povo da Rua, na Arquidiocese do Rio, onde nasceu a Rede Dom Helder Câmara de Economia solidária, que elas ajudaram a criar. Nesse grupo, Rosângela fez o curso de empreendedorismo na Estácio de Sá, cursos no SEBRAE e outros Rio afora. “Aposentada, eu podia me movimentar para acompanhar os treinamentos”.

Em 2015, Rosângela conheceu a ECOSOL, trabalhou nas olimpíadas e participou de feiras em diversos pontos do Circuito Rio ECOSOL, mas hoje se restringe à feira de Campo Grande, em função do custo e do tempo de deslocamento. Suas vendas são feitas diretamente para o público desta feira. Ela produz principalmente peças de decoração, caminhos de mesa e toalhas, e algumas peças de vestuário. Sua marca é a Casa de Sinhá. “Hoje me realizo no artesanato, depositando minhas emoções nas peças coloridas e alegres que crio, proporcionando aos meus clientes beleza e criatividade, e conquistando a leveza de um povo maravilhoso, que chega na banca, olha e elogia. Isso me alegra muito”.

Nas feiras, Rosângela aprendeu a conquistar clientes, pessoas às vezes inicialmente fechadas, mas que, iluminada por Deus, ela vai abordando com carinho e as tornando amigos, vivendo a experiência de apresentar não apenas seus produtos, mas uma palavra, uma ajuda a um ser humano. “E, no final, o que eu passo pra ele, ele passa pra mim, é uma via de mão dupla”.

Para os que se iniciam na arte, Rosângela diz que “Nunca abandonem seus sonhos, porque se dedicar a criar, não só com o propósito de venda e realização profissional, mas colocando na peça nossa emoção, alegria e bem estar, faz bem à alma. É lindo produzir coisas assim”.

 

Escrito por Adelina Araújo, voluntária da Asplande