Eu, empreendedor(a)?

Por que é tão difícil se assumir empreendedor(a)? Uma das partes mais duras de ser empreendedor é acreditar que o maior ativo da sua empresa é você, sua personalidade. Isso pode parecer até arrogante, não é mesmo? Mesmo consciente da nossa missão e do que a gente quer oferecer para esse mundo, dá um medo de responder “Vai dar certo, porque eu faço acontecer.”

A estratégia de ir com medo mesmo ou de mentir até acreditar nunca me convenceram. Não me entenda mal, mas o melhor método é o que funciona para você. Pessoalmente, eu preciso acreditar em cada palavra que estou comunicando, não dá para fingir que estou preparada se eu tenho minhas dúvidas.

O que funcionou para mim foi olhar para a minha trajetória e me reconciliar com ela. O que me trouxe até aqui? Diante de tantas outras possibilidades, que caminhos me guiaram para esse momento? Me reconheci no meu próprio processo, me vi em cada decisão seja ela certa ou  errada. E, de uma forma genuína, me orgulho das barreiras, das pessoas, das ideias, e das superações do meu caminho.

A gente se lembra dos dias que chorou sozinho(a), desesperado(a), sem saber o que fazer. Lhe convido a registrar o que você fez no dia seguinte: seguiu em frente! E com absoluta certeza alguém já duvidou da sua decisão. Nesse momento, é preciso lembrar do que lhe manteve firme no seu propósito. Agradeça as dificuldades, elas lhe prepararam pra ser o(a) melhor empreendedor(a) que você pode ser hoje.

Seu time está completo? Com certeza não. Seu plano de negócios está rodando sozinho? (Risos nervosos). Talvez hoje não, mas vai dar certo. Porque você vai fazer dar certo, de novo, de novo e quantas vezes forem necessárias. Olhe pra sua história, olhe quanta coisa poderia ter feito você desistir e, do seu jeito, no seu tempo, você chegou esse lugar que está hoje. Nesse momento, você poderia estar lendo qualquer outra coisa. E você decidiu investir na sua carreira empreendedora, consciente ou inconscientemente.

A beleza do processo está no reconhecimento que seu jeito de fazer dar certo é diferente da Camila, do João e da Ana. Empreender é uma jornada de tentativa, de trabalho, de superação pessoal. É menos sobre o que você está vendendo naquele momento e mais sobre a sua capacitação enquanto executor, agente de transformação ou “maker”. E se você consegue se comprometer em tentar, de novo, e de novo, então sim, você é empreendedor(a). Seja muito bem-vindo(a)!

Por Eizen Monteiro Wanderley, Advogada, Mestre em Política Internacional Lemann Fellow, Mestranda em Empreendedorismo Social.