Óleo mineral branco – vaselina líquida
Este mês vamos falar dos aspectos de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SMS) do óleo mineral branco, usado na formulação de cosméticos, produtos de higiene e até produtos farmacêuticos.
O óleo mineral branco, também chamado de vaselina líquida, é um derivado do petróleo, composto por moléculas de carbono e hidrogênio. É um produto da mesma família das bases usadas na fabricação de lubrificantes, mas que passa por um tratamento mais severo, que o torna adequado para uso humano. É concorrente dos óleos vegetais, tendo como principal vantagem, a de ser um produto mais estável (demora mais para escurecer), e como principal desvantagem a de ser derivado do petróleo (matéria não renovável).
O óleo mineral branco de grau alimentício e medicinal não oferece riscos à Saúde, pois o seu processo de produção faz com que ele atenda aos critérios da farmacopeia americana para usos farmacêuticos (cremes e medicamentos), alimentícios (desmoldante de formas de biscoitos por exemplo), veterinários (vacinas e inseticidas) e cosméticos (hidratantes e produtos infantis). Este óleo é isento de contaminantes, não é tóxico, é transparente como água e não tem cheiro. Usualmente recebe a adição de Vitamina E para retardar a sua oxidação (escurecimento).
O óleo mineral branco não deve ser confundido com o óleo mineral de grau técnico, que é um produto de aparência semelhante, mas cuja pureza não o suficiente para aplicações que têm contato direto com o corpo humano. O óleo de grau técnico é usado na produção de borrachas, tintas, ração animal, entre outros produtos.
O artesão que utiliza o óleo mineral branco no preparo de produtos de uso pessoal (cosmético) deve ter o cuidado de verificar se está comprando o produto de grau farmacêutico, com autorização da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
No seu uso a quente, os riscos à Saúde, à Segurança e ao Meio ambiente seriam os mesmos que relatamos no tema “Óleo de cozinha” porque suas propriedades são semelhantes. No entanto, os artesãos geralmente trabalham com ele a frio e em pequenas quantidades, então, a possibilidade de acidentes é muito menor.
Lembramos apenas que:
- Se o produto for ingerido, poderá provocar diarreia ou irritação intestinal, mas não se espera nenhum risco de intoxicação por ingestão;
- No contato muito frequente com a pele, alternado de lavagem com sabão, pode ocorrer a solubilização de gordura da pele e, com o tempo, pode ocorrer ressecamento da pele ao invés de hidratação;
- Se inalado, o óleo pode se depositar nas vias respiratórias, obstruir alvéolos pulmonares e provocar dificuldade respiratória. Neste caso, a vitima deve ser levada para local ventilado;
- Se houver contato com os olhos, pode ocorrer irritação. Neste caso, lavar abundantemente com água por alguns minutos;
- Em todas as situações, se o desconforto persistir, procurar ajuda médica.
Um cuidado importante que se deve ter com o óleo mineral branco é o de mantê-lo protegido da luz, calor e umidade em temperatura ambiente, para evitar a sua oxidação e escurecimento, além de evitar acidentes.
Por Maria Adelina Santos Araújo Engenheira Química e voluntária da Asplande