Implementação e Feedback
Este texto é o quarto e último da série Como Criar como um Designer. Já foram explicadas a parte de pesquisa e desenvolvimento, e, seguindo esses passos, o seu novo produto já está no mercado. O trabalho já não está completo?
É sempre bom continuar inovando, por que não continuar melhorando? Você tem a opção de continuar analisando os produtos que já estão no mercado, e continuar aprimorando-os, baseando-se nas opiniões dos seus clientes. É uma fase opcional, e que pode ser feita a qualquer momento, mesmo sem lançar novos produtos.
Ouvir as opiniões de quem usa os seus produtos pode ajudar muito a melhorá-los. Observar que tipos de produtos tem mais saída pode ajudar a decidir em que tipo de material ou ideia investir. Se um produto quase não sai, por que continuar gastando recursos nele? Você pode perguntar aos clientes o porquê de não gostarem dele. A partir das respostas você pode decidir tentar fazer modificações, ou então tirá-lo de circulação.
O processo para melhorar os produtos existentes é muito parecido com o de criar produtos. A diferença dos dois é que, na melhoria, a fase de pesquisa é feita com opiniões também, como o feedback dos clientes, por exemplo. A expressão “feedback” significa “retorno”. Quando falamos sobre feedback de pessoas, estamos falando sobre as opiniões que eles podem nos dar quanto a um assunto. Neste caso, queremos saber a opinião dos clientes em relação a um ou mais produtos.
Existem muitos métodos para recolher opiniões (dados), e, novamente, o método que você pode usar vai depender das suas preferências pessoais e do tipo de clientes que você tem, assim como a personalidade deles.
Para saber a opinião dos clientes será necessário entrar em contato com eles. Pode ser pessoalmente, numa conversa, na hora da compra, ou pelo Whatsapp. Pode ser feito até por pesquisas online na sua página de Facebook ou Instagram, ou ainda outros métodos que você achar que funcionam. O importante é criar um ambiente onde seus clientes se sintam à vontade para falar o que realmente acham sobre os seus produtos, não o que eles pensam que você gostaria de ouvir.
Se não for uma conversa pessoal, ou se for uma pesquisa online, aqui vão algumas dicas:
Numa conversa por escrito é mais difícil entender o tom da pessoa. Então explique o que você quis dizer, e, se ficou com alguma dúvida, pergunte. Tente não adivinhar nada, deixe que seus clientes lhe digam as coisas. Perguntas objetivas são mais fáceis de responder, principalmente se forem de sim ou não. Você também pode perguntar “o que você gosta sobre esse produto” ou “o que faria este produto melhor”. Incentive as opiniões, mas tenha consciência de que nem sempre os clientes sabem exatamente o que querem.
Depois disso, é preciso levar em consideração e analisar tudo que foi dito, da mesma forma de antes de colocar o novo produto no mercado. Por exemplo, se uma das opiniões foi de que o tempo de espera para um produto, depois de uma encomenda é muito grande, você pode tentar pensar numa forma de agilizar a produção, para o seu cliente ficar mais satisfeito. Se um cliente disse que adora esse sabor de sanduíche, mas é muito salgado, você pode tentar acertar os temperos.
Mas também é preciso olhar os contextos. Se você falou com dez clientes, e só um disse que um sabor de bolo era muito doce, será que valeria a pena mexer na receita? Será que compensaria mais criar uma versão diet desse bolo? Ou seria melhor não fazer nada? Isso vai depender de cada caso, e do que você julgar melhor para o seu negócio e seus clientes.
Cada situação será diferente, e deve ser tratada diferentemente. Existem muitas formas de se atingir um objetivo, e não necessariamente alguma estará errada. A metodologia apresentada aqui deve ser usada como uma base, e pode (e deve) ser modificada para se encaixar em cada situação, em cada tipo de negócio e produto.
Por Anna Paula Rodrigues. Anna Paula é formada em Desenho Industrial e voluntária na Asplande. Contato: anna.papr@gmail.com