Empreendedorismo feminino

Apesar de ser a palavra da moda, empreender, principalmente no Brasil, não é tão simples quanto pode parecer. Existem muitas leis e regras pelo caminho, e elas mudam mais rápido do que conseguimos acompanhar.

Não crescemos dentro de uma cultura de empreendedorismo, e tampouco somos ensinados sobre educação financeira, o que torna a ideia de ser dono do seu próprio negócio algo pouco natural para a maioria de nós.

Para as mulheres, o desafio ganha uma camada extra. Nem todas se tornam empreendedoras por paixão ou vocação, e não necessariamente é um sonho que nutrem desde pequenas. Na verdade, muitas mulheres seguem esse caminho por ser a melhor, ou talvez única, forma de conciliar a jornada dupla: vida profissional e cuidar da família. E como muitas são chefes de família, elas precisam achar um jeito de dar certo.

E se para um profissional treinado não existe garantias de que seu negócio vai prosperar, para alguém que não tenha se preparado para isso, é como dar um tiro no escuro.

Nesse contexto, as redes se apresentam como uma poderosa estrutura de suporte. Nelas, somamos saberes, fazeres e — por que não? — quereres. Numa organização quase tribal, conseguimos contribuir umas com as outras em uma relação de troca.

O que eu tenho que pode te ajudar? Que conhecimento você tem que pode ser benéfico para mim? Como podemos unir forças para ir ainda mais longe do que chegaríamos sozinhas?

Além disso, a saber que outras mulheres estão passando pelas mesmas dificuldades, e que conseguiram superá-las e podem compartilhar seus aprendizados, pode tornar a jornada mais tranquila.

Fora do próprio circuito empreendedor, a rede consegue agregar outras inteligências complementares, como profissionais de marketing, comunicação etc., que aumentam as chances de desenvolver melhor não só o seu negócio, mas a confiança de cada uma dessas mulheres.

Afinal, mais que uma escolha profissional, estamos falando de uma escolha de vida e, sendo assim, errar pode levar a um alto preço a se pagar.

E, olhando para o mercado, principal responsável por excluir as mulheres através da sua dinâmica tradicional, é possível ver esse movimento de mulheres empreendedoras operando em rede como algo muito maior do que uma simples estratégia de sobrevivência, mas como uma contracultura de fato.

Precisamos acreditar que o que estamos fazendo é buscar uma nova forma de se pensar o próprio mercado e a forma como nos relacionamos comercialmente. Existem alternativas ao que conhecemos e devemos ter a certeza de que vamos construir isso juntas.

Porque juntas somos mais fortes.

 

Por Nanda Mota. Voluntária da ASPLANDE.