Retrato da Empreendedora Marisa Furtado
Nome: Marisa Furtado de Oliveira
Negócio: Mão na Jaca
Área: Sabores do Rio
Localização: Laranjeiras/RJ
Contato: (21) 99642-2604
Instagram: @maodejaca
Marisa é uma mulher de multitalentos artísticos. Ela já estudou desenho, trabalhou 6 anos com teatro profissional e, por muito tempo, cortou cabelos. A arte de cabeleireira ela aprendeu desde criança e chegou a ganhar uma tesoura profissional da mãe. A ideia nunca foi ter um negócio próprio, mas Marisa chegou a abrir um estúdio montado em um apartamento alugado. “Fiz muito sucesso e ganhei muito nessa época. […] Após mais de 40 anos, tenho clientes que seguem comigo ao longo de toda a vida.”
Desde cedo, Marisa se perguntava o que era sucesso. Por trabalhar como cabeleireira e também passar por rádios e cinemas, sempre nos bastidores, fosse para cortar cabelos, ajudar a produzir ou a dirigir as peças, “aos poucos fui descobrindo que ser multidisciplinar só me trazia vantagens”.
Hoje, Marisa é dona do Mão na Jaca, um empreendimento que se relaciona com a sua natureza de criança: “meu trabalho atual começou da relação que desenvolvi com a jaqueira que fica no quintal da minha casa.”
Em um momento de necessidade financeira, ela fez do limão uma limonada e, movida pela filosofia da permacultura (capacidade de aproveitar tudo o que está à nossa volta), aprendeu a como fazer carne de jaca. “Olhei para a jaqueira cheia de frutos e pensei: ‘não vou mais desperdiçar nenhuma dessas jacas’.”
Há 10 anos este é o principal trabalho que Marisa desempenha, tendo uma Oficina Gratuita para ajudar outras pessoas a fazerem carne de jaca. “Com a popularidade das oficinas crescendo, começamos a ser convidados para dar aulas pagas também.”
A inspiração do dia a dia dela é conseguir compartilhar. “[…] a gente se deu conta de que quem estava nos orientando, nos inspirando era a própria jaqueira, […] Trafegar na abundância é realmente identificado com outro ditado ‘é dando que se recebe’.”
No entanto, nem tudo são flores e Marisa compartilha que “nossa maior dificuldade é a maldade alheia, a inveja, e a caretice. Parece piada, mas é verdade. […] Comer é um ato político, consumir também. A falta de educação, de cultura e a fome são projetos políticos […]”.
Sobre a ASPLANDE, que Marisa conheceu através de um encontro de cozinheiras, ela conta que as mentorias são sensacionais e o apoio da Rede faz muita diferença no seu trabalho diário. “[…] o trabalho social é intenso, e pesado. Então não sobra muito tempo. Mas sei que a ASPLANDE estará lá, quando eu precisar e isso é maravilhoso!”
O sonho de Marisa é chegar com o Mão na Jaca na merenda escolar pública e colocar a jaca salgada na mesa de todos os brasileiros. “Que aprendêssemos a não desperdiçar mais nada.”
Para ela, ser empreendedora “é retribuir ao mundo um pouco do que recebemos, é se manter em movimento porque viver é movimentar-se, é fazer a diferença pra melhorar o que temos para os próximos e próximas gerações.”
Escrito por Moara Guimarães Flausino, voluntária na ASPLANDE.