Retrato de Margarita Campo Cuero

Nome: Margarita Campo Cuero

Área de negócio: Sabores do Rio

Empreendimento: Patacón

Bairro: Babiblônia/Copacabana – RJ

Contato: (21) 97224-3766 / 96921-1100

Instagram: patacon_son_y_sabor 

 

Margarita Campo Cuero veio da Colômbia em 2015 em busca de uma nova vida, em uma nova economia, “vim para mudar minha história, minha vida, porque vinha de um mundo muito diferente”. 

Margarita tem 42 anos, nasceu em Palmira Valle, mas seus pais tiveram que ir para Bogotá, um deslocamento forçado pela violência. Chegou a Bogotá aos 5 anos, ali estudou e se estabeleceu. Já adulta, com um casal de filhos, sua vida não ia bem. Por isso, decidiu tentar a vida no Brasil, “deixei meus filhos e meu coração na Colômbia e vim para o Brasil”.

Aqui chegando, passou muitas dificuldades, trabalhava com uma amiga vendendo roupas, “fazíamos qualquer coisa, mas nada era estável, tudo era difícil”. E um dia, sua amiga Paola lhe sugeriu vender comida colombiana, pois não temos restaurantes colombianos aqui. Ela preparou um pratinho, Paola gostou, mas ela não se decidiu a iniciar um negócio naquele momento porque não se achava apta.

Mais adiante, quando a situação apertou, ela preparou 10 quentinhas e vendeu. As pessoas gostaram, ela preparou 15 e assim foi aumentando. “Minhas quentinhas eram diferenciadas porque sempre tive o costume de comer com a banana da terra, que dava um novo sabor aos pratos”. Daí, ela começou a trabalhar em feiras em um grupo de migrantes e refugiados que fazem seus produtos artesanalmente. Começou com pasteis, arepas e outras delícias e a situação começou a melhorar.

Em 2018, seu filho, David, veio para o Brasil como refugiado, “tínhamos muitos problemas na Colômbia, muita delinquência, então decidi trazê-lo”. Sua filha Evelyn veio em seguida e agora todos moram na comunidade da Babilônia, em Copacabana. Foi David que lhe sugeriu vender o patacón. Ela duvidou “mas será que o brasileiro vai gostar do patacón?” 

O patacón é feito de banana da terra frita, amassada e grelhada, acrescida de proteína, queijo, repolho, molho de abacaxi, entre outros ingredientes. O novo prato foi muito bem aceito e, “estou aí como empreendedora com meus patacones, faço novos molhos e receitas, porque no meu país os patacones são de carne e de frango”. Aqui, ela introduziu a calabresa e recheios veganos, e está estudando uma receita para crianças. Em sua barraca, ela ainda tem o guacamole.

Margarita tem alguns parceiros como o colombiano Willi Ospino, jornalista cujo programa de rádio, La Portunhola, promove a cultura hispânica, visando facilitar a sintonia de pessoas e culturas. Willi produz a limonada de coco e a de rapadura, que agora são vendidas na barraca de Margarita. 

Além das feiras, Margarita trabalha na prefeitura, no clube Copaleme e está se cadastrando para atuar na feira da Glória. Ela se sustenta com a renda do patacón e das quentinhas. Suas vendas são geralmente presenciais, mas ela atende pelo Whatsapp ou Instagram e está se cadastrando no i-food.

Ela conheceu a Asplande por meio de uma colega venezuelana, e, com a participação na Rede de Mulheres Empreendedoras, ela pretende dar passos mais largos em seu projeto de empreendimento. Está interessada em participar do programa de aceleração em Gastronomia (ASSAÍ) e se aperfeiçoar como profissional da cozinha. “Quero fazer cursos, me aperfeiçoar como chef, encontrar o meu caminho”.

 

Escrito por: Adelina Araújo, voluntária da Asplande