Retrato da Magna Rosângela Rodrigues

Nome: Magna Rosângela Rodrigues
Negócio:  Arte em crochê
Área do Negócio:  Artesanato

Bairro/Município:  Campo Grande/ Rio de Janeiro
Contato: (21) 99191-9455

 

Magna Rosângela Rodrigues tem 54 anos, é mãe de Ítalo Antônio de 18 anos, amor de sua vida, e conhece todos os segredos do artesanato. Empreendedora versátil, ela nunca se deixou abater pelos problemas de saúde que, por várias vezes, redirecionaram suas atividades de artesã. Ela sempre se adapta e usa sua criatividade para encontrar novas formas de trabalho.

O despertar de Magna para o artesanato foi dado por sua mãe que lhe ensinou tudo o que sabia de trabalhos manuais. Aos 15 anos, já trabalhava com bijuterias no Saara, onde, ainda hoje, conhece quase todos os artesãos dessa especialidade. Em 1974, imigrantes Coreanos chegaram ao Brasil com seus produtos competitivos e, nos anos 80, começaram a vender bijuterias baratas. Em 1990, o negócio “bijuteria” ficou inviável para artesãos como Magna.

Ela buscou alternativas como o tricô, a mão e a máquina, e artigos para festas – peças de isopor entalhadas com pirógrafo e pintura de lonas com aerógrafo. Com estudo e dedicação, conquistou nova clientela, mas, também essas áreas foram atingidas pela concorrência, os preços caíram, e ela precisou mudar.

Voltou-se então para técnicas menos impactadas pela indústria com maquinários. Fez costura, modelagem e bordados especiais, vestidos para debutantes, noivas e madrinhas, e trabalhou com collants para ginástica rítmica por quase 20 anos.  Mas, nessa altura de sua vida, problemas de saúde como a artrite surgiram e começaram a limitar sua mobilidade.

A atividade que melhor se adaptou a essa nova fase foi o crochê, que Magna fazia desde os 7 anos, e que se tornou seu carro chefe. No crochê, ela gosta da parte difícil: agulha e linha finas, nada de barbante e agulha grossa, só o que exige perícia nos detalhes. Faz roupas para bebês, crianças e adultos, até vestidos de noiva. Está sempre pesquisando coisas novas: um porta moedas com fecho da vovó, que vendeu muito, e uma nécessaire com ponto “casinha de abelha” são exemplos de invenções bem sucedidas. Ela não precisa de receitas, basta ver uma peça ou um esboço e traduz para a linguagem do crochê.

E como Magna divulga e vende hoje seus produtos?

Ela conheceu o Circuito Carioca da Economia Solidária – Ecosol, há 9 anos, e começou a frequentar as feiras e expor seu trabalho. Há 5 anos, foi apresentada à Rede de Mulheres Empreendedoras na Zona Oeste por uma amiga e conheceu a Asplande nas palestras ministradas na rede. Embora não consiga frequentar as reuniões mensais da Asplande, as orientações que recebeu do Paulinho  ajudaram a se organizar e progredir, embora já tivesse uma carreira construída de longa data. Hoje, Magna participa da Feira de Campo Grande, vende artesanato na porta de sua casa, divulgando para os vizinhos, atende por encomendas e faz eventos. Não prescinde das redes sociais para fazer suas divulgações.

Seus problemas de saúde nunca impediram que ela continuasse sua luta, pelo contrário, serviram como impulsos para vencer desafios “quanto mais dor eu sinto, mais insisto – quem manda no meu corpo sou eu”. Hoje as vendas estão difíceis e ela complementa sua renda com aulas de crochê, que ministra em casa.

Sua mensagem para outras empreendedoras é esta: “Não desista nunca! Você pode ter limitações, mas nunca deve ser limitada”.

Por Maria Adelina Santos Araújo, Engenheira Química e voluntária da ASPLANDE