O gás de cozinha – gás de botijão

Este é o segundo mês em que usamos este espaço para falar sobre como evitar acidentes (Segurança) e doenças (Saúde), e como proteger a natureza (Meio Ambiente), quando manuseamos produtos químicos.

O assunto do mês é o gás de cozinha, usado por todos nós no dia a dia e, mais ainda, pelos artesãos da gastronomia.

Este mês, vamos falar apenas do gás de botijão, que é o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que compramos das empresas que fazem a sua distribuição no Brasil, como a Liquigás, a SuperGasBras e a Ultragas.

O Gás Natural (GN), que é vendido pela antiga CEG já encanado, será o assunto do próximo mês.

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

O GLP é uma das frações mais leves do petróleo e sua queima é muito limpa, com baixa emissão de poluentes, o que permite seu uso no preparo de alimentos em ambientes como a nossa cozinha.

Mas o GLP é gás ou líquido? Nas condições em que é queimado, na boca do fogão, ele é um gás. Porém, da produção até o envasamento nos botijões de aço, é mantido líquido, sob pressão. Como o líquido, o GLP ocupa um volume 250 vezes menor do que o gás, isto viabiliza a sua distribuição em botijões.

No tema SMS, o aspecto mais crítico do GLP é a Segurança. Quem nunca ouviu falar de um botijão que explodiu e de alguém que foi envenenado pelo gás de cozinha? Vamos tentar explicar porque isto acontece e como podemos evitar acidentes.

No fogão, quando abrimos a válvula do gás, o GLP passa do estado líquido para o gasoso e vai para o queimador. Quando sai pelos orifícios de queima, ele se mistura com o ar e sua queima é iniciada pelo acendedor ou palito de fósforo.

O perigo dos vazamentos

O GLP não tem cheiro, mas recebe a adição de compostos químicos que lhe conferem um odor facilmente identificável, importante para detectar vazamentos.

Como gás, o GLP é mais pesado do que o ar e se acumula na parte baixa do ambiente, no espaço em que respiramos. Concentrando-se no ambiente, forma uma mistura que pode se inflamar quando ocorrer a mínima faísca no ambiente. Além disso, pode provocar tonteiras, asfixia, irritação no sistema respiratório e nos olhos e queimaduras na pele.

Como evitar vazamentos? Comprar um botijão em bom estado de conservação, fazer uma instalação adequada, fazer sempre o teste de vazamento e estar atento à presença de cheiro de gás no ambiente são as ferramentas para evitar vazamentos e acidentes.

Recomendações importantes na instalação do gás:

– Na compra do botijão, observe se o lacre é original e o botijão encontra-se em bom estado;

– Nunca faça “extensões” na mangueira nem a estique demais e não passe a mangueira por trás do fogão, pois o calor pode danificá-la;

– Mantenha o botijão em local arejado, afastado de ralos e armários que guardem produtos inflamáveis como o álcool;

– Nunca deite o botijão para aproveitar o finalzinho do gás, pois o GLP pode vazar pela mangueira;

– Sempre faça o teste de vazamento passando bastante espuma de sabão entre o regulador de pressão e a boca do botijão. Se aparecerem bolhas, isto indica vazamento. Desconecte o regulador e repita o procedimento. Se as bolhas persistirem, solicite a troca do botijão;

– Nunca faça o teste de vazamento com chamas, fósforos ou isqueiros, pois há risco de explosão.

O que fazer quando houver cheiro de gás no ambiente?

– Se não houver fogo, feche o registro de gás, afaste as pessoas de local, não acenda a luz nem fósforos ou isqueiros.

– Abra portas e janelas e, se possível, coloque o botijão para fora de casa com cuidado para não deitá-lo, pois poderá vazar, formando uma nuvem de gás inflamável.

– Se o vazamento for intenso, não tente resolvê-lo sozinha. Chame a empresa distribuidora de gás ou o Corpo de Bombeiros.

– Se houver fogo, afaste as pessoas do local, feche o registro de gás, se for possível, e chame o Corpo de Bombeiros.

 

Fontes: http://www.fundacentro.gov.br/Arquivos/sis/EventoPortal/AnexoPalestraEvento/Seguran%C3%A7a%20GLP%20.pdf

https://www.ultragaz.com.br/residencial/ultradicas/10-dicas-de-uso-seguro-para-o-gas-de-cozinha

Por: Maria Adelina Santos Araújo,
Engenheira Química e voluntária da Asplande