Agrotóxicos: o caminho para a aceitação
Muito se fala sobre agrotóxicos nos dias de hoje. Se tornou um dos assuntos mais comentados entre leigos e cientistas. Telejornais e portais virtuais sempre atualizam suas notícias com alguma novidade referente aos agrotóxicos: alguma regulamentação da lei, um novo veneno criado e aprovado no Brasil, dentre outras possíveis novidades do setor agropecuário. Mitos e verdades envolvem o mundo dos pesticidas e devido a isso, muitas vezes, torna-se mais difícil a aceitação do público as informações que chegam em nossas casas todos os dias com os alimentos para saciar a nossa fome.
Apesar da criação dos agrotóxicos ter sido após a Segunda Guerra Mundial, os agentes químicos, durante esse período, eram utilizados como armas químicas, o primeiro elemento utilizado para a defesa das plantações foi o enxofre, que depois deu lugar ao arsênio e mercúrio. As primeiras unidades produzidas no Brasil datam de meados da década de 1940. Segundo informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo; mais especificamente está em terceiro lugar no ranking. Isso se deve a uma política de incentivo, que foi reforçada no ano de 1975, pelo lançamento do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas (PNDA). Os agrotóxicos, também conhecidos como pesticidas, são utilizados no combate de pragas agrícolas. Existem vários tipos de pesticidas que são produzidos e comercializados. São eles: herbicidas, bactericidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas, dentre outros. Essas substâncias são utilizadas com o intuito de destruir ou impedir que qualquer praga atinja alguma plantação. Eles podem ser tanto químicas ou agentes biológicos como vírus e bactérias.
As opiniões se dividem cada vez mais e junto dela a preocupação de se ter dentro da própria casa um veneno que pode te causar problemas de saúde. Apesar de ser algo necessário para manter o mínimo de qualidade nos alimentos que compramos em supermercados, a quantidade de agrotóxico contida neles muitas vezes não é o autorizado por lei ou não tem alguém para fiscalizar e aprovar a quantidade utilizada nos plantios. Doenças como hipotireoidismo, danos no fígado e doenças nos rins são confirmadas por cientistas pelo consumo excessivo de agrotóxicos. Doenças cardíacas, câncer e o desenvolvimento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também podem ser desenvolvidos. Mas infelizmente a grande maioria dos alimentos que consumimos foram cultivados com agrotóxicos e não temos o controle correto da quantidade utilizada nessas produções. Não só pelo consumo, mas também por exposição, os agrotóxicos também podem prejudicar a nossa saúde. Em alguns lugares do países pessoas desenvolvem doenças a partir do contato físico com esses agentes. O veneno utilizado nas plantações acaba sendo dispersado e atinge pessoas que residem próximas a áreas agrícolas. Durante a aplicação feita por profissionais da área, o produto evapora ou é transportado pelo vento e acaba por atingir áreas adjacentes dias após do seu uso.
Entretanto também existem pontos positivos na utilização dos agrotóxicos. Esses pontos transformam a utilização dos mesmos em algo necessário para todos nós e em qualquer lugar do mundo. Um dos pontos a serem citados é a maior durabilidade na estocagem dos produtos até chegar nas prateleiras onde compramos para nosso consumo. Sem os agrotóxicos não haveria produtos bons para venda e nós não poderíamos usufruir de alimentos que gostamos nos nossos almoços e jantares. Os impactos socioeconômicos também devem ser levados em consideração. A geração de empregos para trabalhadores e produtores rurais, as produções em grande escala das indústrias químicas nacionais e a importação de produtos internacionais que geram lucro para o nosso país.
É importante que saibamos nos precaver dos problemas que estes produtos possam trazer para dentro de nossas casas, existem maneiras fácies e saudáveis de eliminar, pelo menos o excesso dos agrotóxicos nos alimentos antes de ingeri-los.
Algumas dicas de prevenção:
1. Utilizar água em abundância na hora de lavar nossos alimentos. Lavar os alimentos mais de uma vez, deixá-los submersos ou de molho em água fervente diminui de 75 a 80% dos resíduos de agrotóxicos.
2. O bicarbonato de sódio também ajuda na limpeza e eliminação nas frutas e verduras. Basta mergulhá-las em um tigela com água, sendo uma colher de sopa por litro de água e deixar por 15 minutos.
3. A lavagem com vinagre também é algo sugerido. Ao mergulhar a fruta ou a verdura em uma tigela com água despeje o vinagre, sendo uma xícara de vinagre para duas de água. Após esse processo lavar com água corrente gelada.
4. Sempre remover a casca do alimento.
5. Tintura de iodo, que podemos ter acesso em farmácias, sendo utilizado 5ML para um litro de água, pode também ser utilizada para remoção de agrotóxicos.
6. Outra dica importante é lavar o alimento com esponja vegetal em água corrente.
É difícil termos que nos acostumar com algo que pode prejudicar nossa saúde e de nossos familiares, mas diante desse cenário devemos procurar formas de transformar nossas vidas para melhor, de maneira mais saudável. Por isso devemos sempre nos preocupar com o que entra dentro de nossas casas, mas principalmente com a alimentação do nosso dia a dia.
Por Ed Zahida, voluntário da ASPLANDE (jornalista, contato edzahida@gmail.com)
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