Existe definição para a felicidade?

Temos pressa. Muita pressa. Queremos hoje, agora. Nos importamos tanto com o objetivo principal que esquecemos os caminhos que nos levam até lá. Queremos ser bem sucedidos, reconhecidos, felizes. Nos comparamos a todo momento. Precisamos ser tão realizados como o nosso próximo. Mas qual o prazo de validade para a conquista da felicidade? E o que é felicidade para você?

 

Malala ganhou seu Nobel aos 17 anos, Madre Teresa de Calcutá foi premiada aos 65. Não se compare. Somos singulares, cada um de nós tem seu tempo, seu ritmo. Sim, é difícil não se comparar, pois somos cada vez mais influenciados a conectar sucesso e felicidade a determinado padrão de vida e esquecemos que somos nós quem define o que é a nossa felicidade.

 

Tudo bem se falharmos, não coloquemos tanta pressão em nós mesmos, somos humanos e, portanto, passíveis de erros. Além disso, por vezes estamos no lugar certo na hora certa, outras não. Sempre podemos tentar mais uma vez. Ou duas. Ou mais. De forma diferente, ou da mesma maneira, por que não? Devemos encarar nossas falhas como aprendizado para experiências futuras, não apenas como desilusões pessoais.

 

“Sem dor, sem ganho”, provavelmente já ouvimos essa frase ao menos uma vez na vida. Ela significa que só conseguimos atingir nosso objetivo se passarmos por processos dolorosos. Mas será que precisamos sofrer para sermos felizes? A caminhada pela felicidade pessoal pode e deve ser prazerosa e enriquecedora. A realização pessoal não deve ter uma punição prévia para ser concretizada.

 

Estar com os amigos, estar sozinho, mudar de emprego, abrir o próprio negócio, ou simplesmente continuar no mesmo lugar. Realização pessoal é o que definimos ser, não o que nos dizem. Tudo bem nos libertarmos dos estereótipos, ser quem quisermos ser, buscar o que quisermos buscar.

 

Não é uma capa de revista, uma matéria no jornal, ou fotos em redes sociais que nos mostram o caminho da felicidade. Somos nós que trilhamos nossa própria história. Precisamos nos amar, nos conhecer, nos aceitar e entendermos nossas próprias necessidades. Somos capazes de criar a nossa felicidade, em nosso tempo, em nosso momento.

 

Por que corremos tanto? Muitas vezes sem saber para onde. Sentimos necessidade de comprar, de ter, mas muitas vezes esquecemos o ser. Este não é um texto conclusivo, pelo contrário, busca uma reflexão sobre o que queremos, como queremos, onde queremos. Decisão nossa, sem influência externa. Por isso ele levanta mais dúvidas do que respostas. A propósito: estamos vivendo ou apenas existindo?

 

Por Tatiane Rodrigues. Tatiane é graduada em Defesa e Gestão Estratégica Internacional e pesquisadora na área de Políticas Públicas. Contato: tatiorsantos@hotmail.com
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