Dar a Volta Por Cima

Olá amiga leitora do blog,

Hoje eu quero começar nossa conversa com duas perguntas: Quem de vocês nunca passou por uma situação difícil, que parecia sem saída, e mesmo assim conseguiu sair dela, achando uma solução que parecia impossível existir? Nesses momentos, você, ao enfrentar e sair da situação, se sentiu mais forte e mais cheia de coragem?

Então, isso significa que você conseguiu “Dar a Volta Por Cima”, e a essa capacidade damos o nome de resiliência,  e é sobre isso que vamos falar hoje.

E pra começar essa nossa conversa eu quero falar sobre a razão que me fez escolher o tema: “Dar a Volta por Cima”. É que ACREDITO QUE SABER DAR A VOLTA POR CIMA EM QUALQUER SITUAÇÃO QUE NOS ACONTEÇA pode nos fazer enxergar UMA OUTRA PERSPECTIVA PARA ENCARAR NOSSA VIDA E AS DIFICULDADES que teremos que enfrentar ao longo dela. Acredito que falar disso pode ajudar a saber viver melhor!

Começo lembrando da letra de uma música chamada VOLTA POR CIMA, composta Paulo Vanzolini (renomado compositor e zoólogo que foi meu mestre na USP onde fiz minha primeira formação – a Biologia). Essa música que foi lançada em 1963 pelo cantor chamado Noite Ilustrada, fez um grande sucesso, e diz assim:

VOLTA POR CIMA – PAULO VANZOLINI

Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima

O que diz para vocês a letra dessa música?

Vemos aqui por essa letra que A QUESTÃO NÃO É NÃO CHORAR…. a questão é, DEPOIS  DE CHORAR, LEVANTAR, CONTINUAR A VIDA, SE POSSÍVEL TIRAR ALGUM APRENDIZADO DISSO, E ASSIM DAR A VOLTA POR CIMA.

Segundo o filósofo chinês Confúcio “A maior glória não está em não cair nunca, mas em se levantar depois de todas as quedas”.

Há também um provérbio japonês que diz: “Caia sete vezes. Levante-se oito”.

Então, podemos definir Resiliência como: “A capacidade de uma pessoa de se recuperar perante a adversidade, e ultrapassá-la para continuar a seguir com sua vida”.

O termo RESILIÊNCIA é originário da Física que o define como: “A capacidade dos materiais de resistirem aos choques e voltarem ao seu estado normal após sofrerem pressão”. Então, comparando-nos com os MATERIAIS, nós também sofremos choques e pressões, mas quando conseguimos nos recuperar e seguir em frente dizemos que fomos Resilientes. Assim, as Ciências Sociais emprestaram da Física o termo e o refrasearam substituindo a palavra MATERIAIS pela palavra PESSOAS.

Então agora eu pergunto: pelo que foi dito na definição de Resiliência, dar a volta por cima significa fingir que nada aconteceu?

DAR A VOLTA POR CIMA não significa fingir que nada aconteceu. Aconteceu sim, mas nós tivemos a FORÇA E A CORAGEM DE LEVANTAR E TOCAR EM FRENTE A NOSSA VIDA.

E o que será que nos dá a força e a coragem para encontrar uma saída e tocar em frente?

É justamente a RESILIÊNCIA. Ela nos ajuda a enxergar e transformar uma situação desfavorável, desagradável, difícil e que parece intransponível em algo Positivo. E isso acontece quando temos a abertura para encarar tal situação e perceber que ela tem vários ângulos e perspectivas e, o que parecia ruim pode ser bom, assim como o que parecia bom pode ser ruim. Vou dar um exemplo, e para isso, como de costume, vou recorrer a uma história chamada “Dois Vendedores de Sapatos”.

 

DOIS VENDEDORES DE SAPATOS

Era uma vez uma indústria de calçados que desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia. Em seguida, mandou dois de seus vendedores a pontos diferentes do país para fazer as primeiras observações do potencial daquele futuro mercado.

Depois de alguns dias de pesquisa, um deles enviou a seguinte mensagem para a direção da empresa:

“Chefe, cancele a produção, pois aqui ninguém usa sapatos”.

Sem saber dessa mensagem, o segundo consultor mandou à direção da empresa a seguinte observação:

“Chefe triplique a produção, pois aqui ninguém usa sapatos”.

 

Qual é a moral dessa história? Um achou que não usar sapatos era um problema para as vendas e o outro achou que isso era uma solução maravilhosa. Situações idênticas, percepções diametralmente opostas. O 1° perdeu a oportunidade – enxergou apenas um problema e o 2° enxergou uma grande oportunidade.

Segundo Winston Churchill (primeiro ministro inglês por 2 vezes entre 1940 e 1955) “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.

Benjamin Button, o personagem do filme “O curioso caso de Benjamin Button” disse: “Nossas vidas são definidas pelas oportunidades. Até mesmo aquelas que perdemos”.

Então minha amiga, A ATITUDE FAZ A DIFERENÇA! Perdemos boas oportunidades quando nos baseamos em rótulos, julgamentos que nos levam a encaixar tudo dentro dos padrões que conhecemos. Com isso, não estamos abertos a admitir e conhecer outros padrões, outros modelos, outras possibilidades. Isso, nos impede de enxergar mais além.

E você consegue lembrar de alguma situação em que perdeu uma oportunidade porque não conseguiu enxergar todos os ângulos de uma situação porque estava presa às coisas que conhecia e não se abriu para outras possibilidades? Pense nisso, e fique atenta para poder aproveitar alguma oportunidade que estiver passando à sua frente.

Um grande e carinhoso abraço em cada uma de vocês e,
Até a próxima,
Rosane

 

 

Rosane Schikmann é consultora de empresas e coach e é sócia da Múltipla, uma consultoria especializada em desenvolvimento de pessoas e organizações e que Acredita no Melhor de Ser Humano. Colaboradora voluntária da ASPLANDE. Contatos: rosane@multipla5.com.br; www.multipla5.com.br