Movimento de mulheres na Alemanha

No Brasil, a Alemanha é amplamente considerada um país muito avançado, principalmente em termos econômicos. Mas quais são as conquistas sociais? Quais são os direitos das mulheres hoje e como se desenvolveram? Essa primeira parte do artigo trata o tema da história do movimento de mulheres na Alemanha; uma segunda parte com a situação atual será publicada em breve.

 

Influência da França

Os países europeus são próximos uns dos outros e são menores que o Brasil. Por isso, a Revolução francesa, que lutou pela democracia, direitos humanos e direitos para mulheres também teve influência na Alemanha. O direito de voto tornou-se uma das principais reivindicações das mulheres nos dois países. Apesar da proximidade, as diferentes cidades alemãs não conseguiam unir forças. Por esse e outros motivos, passaram-se quase 100 anos até que mulheres conseguissem o direito de voto.

Direito à educação

A segunda grande reivindicação foi o direito à educação. Somente homens frequentavam escolas públicas. Enquanto isso, mulheres pobres trabalhavam e mulheres burguesas aprendiam sobre trabalho doméstico em aulas particulares. Na época, esperava-se que toda mulher fosse bonita, modesta e contraditoriamente, bem educada, mesmo sem ter o direito de ir para a escola. Eram consideradas fracas, precisando de um representante legal masculino. Ainda assim, mulheres rebelaram-se contra a situação e até obtiveram um certo sucesso.

Divisão do movimento

Em 1894, foi fundada a Aliança de Associações Alemãs de Mulheres para unir os movimentos das mulheres. Porém, a ideia de finalmente um movimento unificado não funcionou bem. Muitas mulheres queriam excluir o movimento das mulheres do proletariado por ser ligado com os direitos dos trabalhadores, logicamente político demais. Como consequência, desenvolvia-se um movimento de mulheres burguesas de um lado e mulheres do proletariado, do outro.

Luta pela pátria

Na primeira guerra mundial, mulheres subordinaram a luta por seus direitos à luta pela pátria. Elas queriam trabalhar contribuindo para a guerra. Por outro lado, existia uma minoria feminina que não era a favor da guerra e como consequência, muitas delas foram presas.

Primeiras grandes conquistas

Depois da primeira guerra mundial, as mulheres finalmente obtiveram o direito de voto. Entrando no parlamento, conquistaram alguns direitos importantes, como o salário mínimo, segurança social para trabalhadoras domésticas (1924) e a proteção á maternidade (1927).

Retrocesso

O período do socialismo nacional foi considerado um retrocesso substancial para os direitos das mulheres. Elas perderam o direito de voto e não podiam ser eleitas como membros do parlamento, nem obter altos cargos. Então de volta aos trabalhos domésticos! Isso só mudou na segunda guerra mundial, quando as mulheres foram requisitadas como trabalhadoras nas fábricas e mesmo como soldadas para substituir os homens que morreram na guerra.

Igualdade segundo a nova constituição

Depois da guerra as mulheres queriam aumentar a sua participação política. Pela primeira vez um artigo da nova constituição de 1949 declarou direitos iguais para homens e mulheres. Além disso, foram adotadas reformas no direito matrimonial e direito familiar.

Interligação mundial

Nos anos 70 os temas principais foram discriminação, igualdade salarial, mulheres em cargos de liderança. Com os movimentos femininos pela paz muitas mulheres se envolveram na política organizando petições, marchas pacíficas ou cadeias de paz( não entendi ) . Grande parte dessas reivindicações não foram atendidas, mas a consciência pública cresceu, assim como a atenção internacional.

 

 

Bibliografia:

Bundeszentrale für politische Bildung 2008: Dossier-Frauenbewegung, www.bpb.de
Nave-Herz, Rosemarie 1993: Die Geschichte der Frauenbewegung in Deutschland, Bonn 1993, S. 30/52ff.
Citação: Dohm, Hedwig: Die wissenschaftliche Emanzipation der Frau. Wedekind und Schwieger, Berlin 1874.

 

Por Eva Kirmes. Eva Kirmes é estudante de Antropologia em Berlim/Alemanha e voluntaria da ASPLANDE.