Artesanatos IR

Nome:  Iraci Ribeiro
Negócio: Artesanatos IR
Área de Negócio: Artes e moda focadas no tricô, crochê e costura
Bairro/Município: Baixada Fluminense – Queimados
Contato: (21) 98615 7213

 

Iraci Ribeiro de 56 anos é mãe, avó, esposa, dona de casa, educadora e artesã. Natural do Rio de Janeiro, a carioca fala orgulhosamente de Queimados, município da Baixada Fluminense, lugar onde, desde os 5 anos de idade, viveu sua infância, adolescência, e, atualmente, vive a fase adulta. Iraci fala orgulhosamente da sua família e, em especial, dos seus três filhos, todos já muito bem criados e encaminhados na vida. Ao contar a sua história de vida, seu semblante é tranquilo, mesmo quando fala sobre os momentos mais difíceis, transparecendo a imagem de uma mulher perseverante e aguerrida, que lutou e ainda luta para alcançar seus sonhos.

 

A sua relação de amor com o crochê começou em casa, ainda criança, aos 12 anos de idade, quando ela, curiosa, ao observar as tentativas mal sucedidas da irmã em fazer crochê, decidiu sozinha tentar exercer a atividade. A partir desse momento, Iraci se apaixonou e nunca mais largou a arte do crochê. Mesmo sem a ajuda da avó ou da mãe, não deixava de praticar e procurava nas revistas e nos livros novas técnicas de aprendizagem e aprimoramento. Seu talento em fazer crochê, desde cedo, transformou-se em uma forma de ganhar dinheiro, realidade sempre presente na sua vida. Sendo de origem humilde, Iraci teve que ajudar nas contas de casa com outras fontes de renda, trabalhando alguns anos como ajudante em supermercado, e também como manicure em um salão, sem, contudo, largar o crochê.

 

Na adolescência, Iraci teve a ideia de montar uma barraquinha em frente à Igreja que frequentava, em Queimados, vendendo crochê e anunciando seu trabalho para os moradores da região. Mais tarde, aguçada pela sua curiosidade, a jovem, em casa, achou uma agulha de tricô e começou a treinar a tricotar, com a ajuda de dona Maria, sua vizinha. A sua atenção se voltou para a técnica do tricô quando uma cliente encomendou à Iraci pares de sapatinhos para bebês. Nesse momento, ela percebeu o maior potencial comercial do tricô em relação ao crochê e, assim, focou seu trabalho em produtos de tricô.

 

Atualmente, sua mente e suas mãos estão concentradas na área da moda e na arte de tricotar, através do seu empreendimento Artesanatos IR, que produz roupas e acessórios de tricô para clientes nacionais e, ultimamente, também vem atendendo pedidos de lojas internacionais. O negócio é desenvolvido coletivamente com outras artesãs selecionadas, inclusive da própria rede, que já conhecem o trabalho uma das outras e que trocam técnicas e conhecimentos. Iraci faz questão de mencionar que o empreendimento tem um pedaço de todas elas, as mulheres, responsáveis pela produção das peças. Além do Artesanato IR, Iraci marca presença no circuito carioca de feiras e ainda tem tempo para coordenar seu próprio ateliê, onde o trabalho é mais voltado para a costura.

 

Ao contar sobre as dificuldades enfrentadas na sua vida, até as piores, Iraci se mantém forte e enxerga essas experiências passadas como oportunidades de amadurecimento, aprendizado e fortalecimento do seu caráter. Ao relatar a sua vivência como trabalhadora escrava numa fábrica, ela, surpreendentemente, destaca a importância técnica daquele trabalho para o seu desenvolvimento como tricoteira. Como empreendedora, teve dificuldade em mudar a ideia das pessoas em relação ao uso do tricô, isto é, convencer, através do seu trabalho, que as peças de tricô podem ser usadas o ano inteiro, em todas as estações, e não exclusivamente no inverno. Ao longo dos anos, em sua carreira como empreendedora, seu maior desafio foi ganhar o reconhecimento em torno do seu trabalho, e tornar-se conhecida e referência para os seus clientes só foi possível pelo seu esforço e pela qualidade dos seus materiais.

 

Com entusiasmo e orgulho, Iraci revela que a sua maior conquista profissional foi exatamente conseguir o prestígio pelo seu trabalho que, atualmente, é reconhecido até internacionalmente. Com muita gratidão, ela explica que a oficina de capacitação em design, promovida pela Asplande e ministrada pela professora Tati Brandão, foi parte fundamental no seu sucesso porque ela aprendeu novas técnicas e ampliou seu campo de visão sobre modas.

 

Por fim, Iraci reserva um recado especial para todas as mulheres que sonham em ser empreendedoras: “mulher, você que tem talento, coloca ele para fora, procura capacitação e busque apoio, a rede Asplande pode ser uma delas, há outras mulheres como você que podem te ajudar a abrir um leque na sua vida profissional e emocional, melhorando sua autoestima.”

 

 

Entrevista feita por Fernando Silvestre Lacerda Bastos, voluntário da Asplande (graduação Relações Internacionais, contato fernando_sbastos@hotmail.com).